Uma criança nasceu na rua.
Esta suja, mas vive.
Faminta, sorri.
Parem os carros, os caminhões,
desçam dos metrôs, das construções,
uma criança nasceu na rua!
Silenciem a cidade! Ouçam o seu choro!
A criança vive,
sorri, faminta.
Deem-lhe, comida, roupa, casa,
deem-lhe compaixão!
Essa criança nasceu!
Perfurou a barreira da indiferença e veio ao mundo nos saudar.
Parem todos! Quietos!!
E a criança cresceu invisível aos olhares daqueles que não veem a vida fora das lojas iluminadas dos shoppings centers.
Menino à janela - Murillo